Caríssimo,
de acordo com o combinado , após vossa devoção e grande auxílio durante o Grande conflito contra os Leichs , cede-lho conforme o prometido minha adorada e formosa princesa , Isabel , minha única e inestimável diamante. O senhor mostrou-se interessado em desposá -la sob minhas imposições e elas já foram minuciosamente cumpridas e como homem de palavra , eu o imperador Dom Pedro II de Alcântara, João, Carlos, Leopoldo, Salvador, Bibiano, Francisco, Xavier de Paula, Leocádio, Miguel, Gabriel, Rafael, Gonzaga, de Habsburg e Bragança lhe dou minha autorização e benção para tomar como esposa a princesa Isabel Cristina Leopoldina de Bragança ,
encarecidamente
Seu amigo.
Teve que ler a carta cerca de cinco vezes para compreender seu conteúdo , sim queria se casar com Isabel , mas isso fora há sete anos e com certeza já tornara a se enamorar , não poderia desacatar ao pedido do Imperador , que na verdade era mais uma mandato que um pedido amigável . Decidiu-se por reviver os acontecimentos . Chegara a capital como um jovem inglês herdeiro de terras, ingênuo , prometeu dá-lhe até a própria vida pelo mero vislumbre de um dia casar-se com a doce Isabel . Cresceu , amadureceu e por fim conheceu o ser mais lindo , dócil , gentil , encantador , sem nenhum título real , mas a nobreza predominava exclusivamente em seu coração , distribuía cobertores no inverno , vestia os nus e alimentava os famintos , encontrara a pessoa por quem sempre esteve procurando e se esqueceu da tola promessa de criança que havia feito . Não abriria mão de sua felicidade , o casamento seria realizado dentre quatro semanas pelo frei da região .De imediato uma ideia lhe surgiu, fugiria.
E assim o fez .
Casou-se na capital londrina , na catedral Metropolitana. Foi o dia mais feliz de sua vida.
Meses depois , sua caricatura estava espalhada por toda Europa , o sentimento de pavor o dominou , chegariam para pegá-lo , era uma presa fácil.
Numa manhã primaveril , saiu para comprar charutos, e nunca mais voltou .